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Por que, meu Deus, que amar é pecado?
Será que admirar a beleza é crime?
Um rosto lindo, um corpo delicado,
Que conforta a alma e que às vezes redime!
Que mal faz, admirar a beleza,
De uns olhos belos, de um busto sedutor,
De um talhe esbelto, cheio de nobreza,
De um encanto suave, meigo como a flor?
Se o nosso coração está sedento,
Sofrendo a angústia do tormento,
De possuir aquilo que a gente quer;
É tão sublime o querer na vida,
E eu pergunto com a alma comovida,
Para que Deus criou o homem e a mulher?!
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Não sei se você me amou de verdade,
Nosso amor foi breve, uma vez apenas;
Nós que buscamos a felicidade,
A encontramos naquelas horas serenas!
Na minha luta em defesa do povo,
Me animava a luz do seu olhar,
Eu me sentia como um homem novo,
Sonhando com a hora de a encontrar!
Depois, nunca mais nos encontramos,
Eu e você nunca mais nos esforçamos,
Mas sua lembrança é doce como o mel;
Não sei se foi amor ou foi paixão,
Ficou marcada a nossa união,
Representamos bem nosso papel!
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Contemplando de longe, a janela
Florida, que dá fundo pro quintal,
Parece-me ver a linda imagem dela,
Com o seu sorriso doce, divinal!
E a pensar, que nós fomos tão felizes,
Que amamos um ao outro, com fervor,
Na minha alma, só restam cicatrizes,
Das feridas feitas, pelo teu amor!
Sempre eu contemplo aquela casa triste;
Aventura para mim já não existe,
Tristonho eu revejo o arvoredo;
Onde ao luar, nos encontramos tanto,
E esta saudade me traz tanto encanto,
Que, às vezes, eu soluço em segredo!
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