sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Formação acadêmica não é garantia para emprego

Você sabe quais são os verdadeiros valores procurados no profissional pelas empresas? Marcelo Abrileri, presidente da Curriculum.com.br, relata uma lista de características que despertam interesse das organizações.


  
Há poucas décadas, ter um curso superior ou uma pós-graduação era o grande diferencial para conseguir um emprego. Hoje, com o mercado altamente concorrido e a necessidade maior de capacitação, o que antes era uma vantagem tornou-se praticamente um perfil padrão.


Para mim, o diferencial competitivo hoje não está na formação ou mesmo nos cursos de graduação, pós e MBA. Atualmente as empresas precisam de muito mais do que apenas profissionais formados. Elas precisam de pessoas capazes de ofertar várias competências simultaneamente, sendo que a formação é apenas uma delas. Veja a seguir algumas destas competências.


Competências relacionadas ao conhecimento


Autodidatismo: a quantidade de informação nova que surge todos os dias é enorme, e não estar atento a ela é ficar desatualizado perante o mercado.


Saber se reciclar: a palavra de ordem do mundo atual é mudança. Por isso, muitas vezes o que se aprendeu na escola não é mais adequado e precisa ser reciclado.


Prática na execução: por isso, experiências anteriores também acabam sendo bastante importantes.


Capacidade de agregar novos conhecimentos através das experiências obtidas com as pessoas que conheceu e com quem interagiu: há a importância de aprender com os outros. Todos somos professores e alunos ao mesmo tempo.


Conhecer um segundo idioma: o inglês é o mais importante dentre eles. Grande parte da literatura técnica em muitas áreas e muito conteúdo disponível na Internet está em inglês.


Informática e Internet: ter familiaridade com o computador ajuda muito a desempenhar bem a maioria das funções e a dar continuidade ao aprendizado nesta área.


Competências relacionadas a valores


Valores morais e éticos: principalmente para cargos de liderança, pois já se foi o tempo em que o chefe era alguém que mandava. Hoje o gestor é aquele profissional que representa um exemplo a ser seguido por todos.


Coragem para tomar decisões e correr o risco de errar: em vez de profissionais que vivem se escondendo atrás de atitudes burocráticas e medrosas.


Competências relacionadas a capacidades diversas


Criatividade: não se aprende a ser criativo na escola. Criatividade tem a ver com a liberdade de pensamento. É se permitir, inovar, arriscar e até mesmo se expor ao ridículo. Hoje as empresas precisam de respostas e saídas criativas para os novos problemas que surgem.


Boa comunicação: articular corretamente as ideias, concatenar assuntos, estabelecer relações lógicas, coerentes e claras entre os fatos, assim como saber se expressar bem através da escrita.


Competências relacionadas ao comportamento


Por fim, as competências relacionadas ao comportamento talvez sejam as mais importantes, pois a maioria dos profissionais é admitida em função do conhecimento, mas, em geral, demitida por mau comportamento.


Inteligência emocional: é maior a necessidade de interagir e de agir como equipe e saber se relacionar é fundamental na formação de equipes fortes e unidas.


Capricho, preocupação e zelo: toda empresa deseja um profissional que desempenhe suas funções com esmero e capricho.


Ação para resultados: não se aprende na escola ser proativo e disposto a perseguir suas metas.


Simpatia: ser cortês, não falar mal dos outros, não participar de fofocas, ser prestativo e estar sempre pronto a ajudar. Tudo isso ajuda muito para que as coisas fluam e amizades sejam conquistadas.


Espírito empreendedor: ser responsável e gerir seu "pedaço", seu tempo, suas tarefas, organizar-se para que possa render.


Resiliência: este termo hoje é muito utilizado na psicologia, principalmente na organizacional, e significa a capacidade do indivíduo em lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão e situações adversas (choque, estresse) sem surtar e, principalmente, conservando posteriormente o mesmo perfil psicológico.


Percebem que, em meio a tantas coisas importantes, uma formação torna-se apenas mais um item e, em alguns casos, pode ser até mesmo secundário?


Não quero dizer com tudo isso que a formação não é importante. Mas gostaria de mostrar por que a formação apenas não é suficiente para constituir um bom profissional.


É uma pena que a maioria dos departamentos de RH das empresas ainda não tenha percebido isso e continua endeusando certos profissionais simplesmente porque estes se formaram em universidades ditas como "de primeira linha", preterindo outros excelentes candidatos pelo simples fato de estes não terem um diploma nestas universidades.


Todos devem enxergar os outros pontos tão importantes quanto este e procurar se aprimorar e melhorar o máximo possível em todos eles.


Fonte: Administradores


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